Após o ato realizado na última segunda-feira (06), que levou mais de 300 servidores à porta do Palácio Anchieta, em Vitória, o Sindicato emitiu nova nota, expressando sua indignação com a radicalização do Governo do Estado com os manifestantes e que não descarta greve se o percentual for mantido.
Confira publicação na íntegra:
Governo radicaliza com servidor público. Sindicato convoca servidores na Ales, hoje às 14h, e não descarta greve.
Diante a falta de diálogo do governador sobre o índice de reajuste anual e o posicionamento do governo à imprensaadmitindo que o índice sequer cobre a inflação, os servidores irão manter a mobilização cobrando apoio dos deputados para ser revisto o valor.
A postura autoritária foi reforçada pelo governo mandar fechar os portões do Palácio Anchieta impedindo até mesmo os dirigentes de tentar o diálogo com representantes do governo que lá estavam.
Após uma Assembleia Geral Unificada nesta segunda (6) que levou mais de 300 servidores à porta do Palácio Anchieta, nesta terça-feira (7) as entidades estarão realizando um ato a partir das 14h em frente à Assembleia Legislativa.
“Não podemos aceitar que o alto escalão do governo tenha tratamento diferenciado, com o governador e o vice recebendo percentuais superiores enquanto para os demais servidores eles sequer garantem a inflação. Precisamos estar unidos, com os servidores participando nas ruas e nas redes cobrando dos deputados e do governador a valorização da categoria. Quem move o Estado somos nós. Nossa análise é bem justa e na defesa dos servidores, inclusive dos nossos aposentados que estão sofrendo com a política de desvalorização salarial. Quem precisa fazer uma análise justa é o governo” comenta Iran Caetano, presidente do Sindipúblicos.
Movimento
A pressão dos servidores foi sentida ontem na Assembleia Legislativa, quando praticamente todos os deputados deixaram o plenário para evitar o desgaste junto à categoria. O Sindipúblicos, por intermédio do deputado José Esmeraldo, conseguiu articular uma reunião com a Casa Civil nesta quinta-feira e uma reunião hoje com o presidente da Ales, deputado Marcelo Santos. A intenção é abrir o diálogo com o governo para garantir o percentual de 14,38%. Ao deputado Marcelo Santos, o pedido é que não aprecie a matéria que versa sobre o reajuste geral anual enquanto não houver uma negociação aberta e transparente entre os representantes do funcionalismo e o Governo do Estado, a fim de pactuar uma proposta factível de recuperação das perdas salariais do período.
Greve
O projeto do governo estadual que concede os 4,5% já está em pauta na Assembleia legislativa, caso seja aprovado sem diálogo com a categoria, os servidores irão deliberar sobre a possibilidade de greve na Assembleia Geral Unificada agendada para o dia 13 de maio, às 10h30, em frente a Seger.
Pauta
A reivindicação da categoria é que o governo estadual conceda as perdas inflacionárias acumuladas no governo Renato Casagrande de 14,38%. Os servidores questionam o governador ter recebido 6,7% de reajuste este ano e já aprovados outros 5,3% para 2025, totalizando 12%. O alto escalão do governo, como dirigentes de autarquias, tiveram aumento salarial que ultrapassam 70%.
Economia
Um dos questionamentos dos servidores é a falta de transparência. Enquanto os profissionais do Tesouro e Receita estaduais apontam margem segura para o governo conceder o pleito, visto superávit e economia estável, o governo Casagrande até o momento não apresentou nenhum dado concreto que justifique a concessão de índice tão abaixo dos 14,38% de perdas acumuladas.
Segundo estudo realizado pelos servidores da receita, a concessão de um reajuste de 6,7%, equiparando ao recebido pelo governador, teria um impacto de apenas R$ 126 milhões em 2023 em despesas líquidas com pessoal.
A concessão dos 6,7% também manteria o Espírito Santo no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, atingindo apenas 41% de sua receita com folha de pessoal, sendo que o limite de alerta é 44% e o máximo de 49%. Ou seja, bem abaixo.
É preciso destacar que o valor recebido pelos servidores irá voltar em sua maioria para o próprio Estado, com os servidores consumindo nos nossos comércios e serviços. Valorizar os servidores é dinamizar a nossa economia.
Expediente do Sindicato será na Ales
Para reforçar a mobilização, o expediente do Sindipúblicos será na Assembleia Legislativa com todos os profissionais somando forças na luta dos servidores. A partir das 13h o Sindipúblicos irá atender apenas demanda jurídica já agendada previamente em sua sede. Vamos todos juntos lutar pela valorização salarial!